A plenária final do 52º Encontro Nacional CFESS-CRESS marcou o encerramento do evento, neste domingo (07), em Campo Grande (MS). Assistentes sociais de todo o Brasil reuniram-se para aprovar todas as deliberações, recomendações e temas para o próximo triênio (2026-2029), fortalecendo seu processo de democracia e organização internas.
Coordenada pelas conselheiras federais Karen Albini e Adriana Dutra, a mesa iniciou os trabalhos do dia com a apresentação e deliberação sobre os resultados dos eixos temáticos – Comunicação, Formação Profissional e Relações Internacionais, Adm-Financeiro, Ética e Direitos Humanos, Seguridade Social e Orientação e Fiscalização. Mesmo aprovados na sexta-feira (05) e sábado (06), em cada grupo de discussão, foram novamente submetidos à plenária final para debate e votação.

O Encontro Nacional aprovou como tema para o próximo ano “90 anos do Serviço Social no Brasil: unidade na diversidade, socialização da política e radicalidade democrática das lutas”. Aprovou, ainda, que Brasília sediará o evento em 2026, primeiro ano da gestão que virá.
Depois, a plenária definiu a Comissão Nacional Eleitoral (CNE) e também pactuou que a realização dos próximos Encontros Descentralizados será em rodízio, sem concomitância. Os Regionais nordestinos se reunirão de 30 de julho a 02 de agosto de 2026, em Maceió (AL).

O encerramento também contou com a aprovação das moções apresentadas durante o evento (confira algumas abaixo):
– Apoio à ADI 7796 da Federação Brasileira de Síndrome de Down contra o Estado do Paraná;
– Repúdio às operações e violência policial;
– Repúdio à aprovação do PL 139/2025, em SP, que pretende “varrer” as pessoas em situação de rua e seu direito de viver;
– Repúdio às violências perpetradas às comunidades indígenas Ava-Guarani do Oeste do Paraná;
– Repúdio contra qualquer prática de violência institucional perpetrada por assistentes sociais ocupantes de cargos de gestão;
– Apoio à Lei Federal 13.935/2019, que determina a inserção de profissionais do Serviço Social e da Psicologia na educação básica, nos Estados e Municípios;
– Solidariedade à luta de libertação do povo palestino;
– Repúdio aos vetos presidenciais à Lei de Diretrizes Orçamentárias de 2025 que incidem sobre dispositivos essenciais à proteção de crianças e adolescentes;
– Repúdio à tentativa de desvincular o BPC do salário mínimo.
Após as moções, um coletivo de assistentes sociais negras, LGBTQIAPN+, transexuais, com deficiência, indígenas e demais povos originários apresentou um manifesto contra o mito da democracia racial no Conjunto CFESS-CRESS e a não aprovação das cotas no Código Eleitoral.

Por fim, representantes de todas as regiões leram e Carta de Campo Grande, aprovada à unanimidade pela plenária. O documento político demarca o lugar do Serviço Social na luta de classes e menciona aspectos da conjuntura como o genocídio de Gaza, justiça ambiental, defesa da democracia, unidade na diversidade etc.
“Finalizamos nossa participação com acolhida, fraternidade, construção coletiva, fortalecimento das nossas bandeiras de luta em consonância com o projeto ético-político”, avaliou a presidenta do CRESS-RN, Ana Paula Agapito. “Este é também o encerramento do triênio, e precisamos de alinhamento no direcionamento político e proposições que serão continuadas pelas próximas gestões”.