Encontro Descentralizado Nordeste homenageia mulheres de luta e refirma compromisso com avaliação das ações do Conjunto

O segundo dia do XXXII Encontro Descentralizado Nordeste do Conjunto CFESS-CRESS, que acontece na Universidade Federal da Paraíba (UFPB), foi marcado por emoção e reverência a mulheres potentes que têm suas trajetórias ligadas às lutas da classe trabalhadora e ao Serviço Social: Elizabeth Teixeira, Luciana Cantalice e Danielle Morais.

Elizabeth Teixeira tem 100 anos, é paraibana de Sapé, trabalhadora rural e uma das lideranças camponesas mais importantes da história do país. Luciana Cantalice e Danielle Morais, que já partiram, foram assistentes sociais paraibanas que deixaram um importante legado ao Serviço Social nordestino e brasileiro.

Luciana foi professora do curso de Serviço Social da UFPB, pesquisadora dos Fundamentos da profissão e conselheira do CRESS-PB. Danielle atuou na cidade de Campina Grande e foi também componente do Conselho. As homenagens foram conduzidas pelas assistentes sociais Ingridy Lima, Elizângela Samara, Vanessa Oliveira e Cristina Chaves.

Nesta sexta-feira (25) pela manhã, o Encontro contou, ainda, com reuniões ampliadas simultâneas: dos Grupos de Trabalho de Inscrição; Anticapacitismo e Antirracismo e das Diretorias dos CRESS do Nordeste. À tarde, além da “mulheragem”, a programação contou com a mesa oficial de abertura do Descentralizado, com a presidenta do CRESS-PB, Vanessa Oliveira, e a conselheira do CFESS Mirla Cisne.

A representante do Conselho Federal ressaltou que este Descentralizado marca o encerramento de um ciclo de avaliação que não é apenas um processo burocrático, mas tem uma função política importante. “É hora de fazermos uma reflexão política da nossa trajetória para pensar os próximos passos nessa jornada de construção democrática e coletiva”, afirmou. “Esse é também um exercício de saber como a gente chegou até aqui e pensar nas pessoas que virão”.

A presidenta do CRESS-PB destacou que o Regional voltou a sediar um Encontro Descentralizado após 12 anos e agradeceu às delegações pela presença e apoio. “Este é um trabalho coletivo de muitas mãos”, disse. “Nosso tema teve como uma de suas inspirações o centenário de Elizabeth Teixeira, memória viva e pulsante pela justiça social e reforma agrária”.

Em seguida, foi a vez da mesa de análise de conjuntura “Justiça ambiental, memória camponesa e Serviço Social: os desafios colocados à profissão e a necessária articulação com as lutas sociais”, com a assistente social e professora Leidiane Oliveira. Ao começar sua fala reforçando que o Brasil é o país com mais mortes por questões da terra, ela apresentou um panorama da ofensiva capitalista no Nordeste.

A docente mencionou questões que afetam os diversos estados nordestinos, como, por exemplo, a disputa territorial da fronteira MATOPIBA (região de limite entre os estados Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia); a chuva de veneno no Ceará; as empresas de energia eólica no Rio Grande do Norte e a poluição industrial da bacia do rio Gramame-Mumbaba, na Paraíba.

Depois, reafirmou a importância da resistência camponesa frente a esses desafios, por meio da articulação de várias organizações e movimentos populares do campo. E também a relação do Serviço Social com a justiça ambiental. “Os princípios ético-políticos da nossa profissão têm tudo a ver com a questão ambiental, conforme nos reforçou a campanha do Dia da/o Assistente Social 2025”, disse.

Por fim, o segundo dia de atividade na UFPB teve a leitura e aprovação do regimento do XXXII Encontro Descentralizado Nordeste do Conjunto CFESS-CRESS, com as orientações sobre a metodologia do evento, e a apresentação de todas as delegações.

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