Encontro Nacional CFESS-CRESS começa analisando a conjuntura e defendendo a democracia

Com o objetivo de avaliar as ações do triênio 2023-2026, o 52º Encontro Nacional CFESS-CRESS começou na tarde desta quinta-feira (04), em Campo Grande (MS). Mais de 400 pessoas, de delegações de todos os Regionais e do Conselho Federal, celebram a democracia interna do Conjunto e também refletem sobre os efeitos da conjuntura na luta de classes e no Serviço Social brasileiro.

O primeiro dia de Encontro começou com a apresentação musical de Gilson Espíndola, trazendo a tradição das canções sul-mato-grossenses. Depois, foi formada a mesa de abertura com a presidenta do CFESS, Kelly Melatti; a presidenta da ABEPSS, Joana Valente; a presidenta do CRESS-MS, Carmen Barbosa, e o representante da ENESSO, Matheus Mota.

Kelly Melatti iniciou a sua saudação lembrando que setembro é tempo de primavera e esperança e que o Brasil vive, nestes dias, um julgamento inédito de crimes contra a democracia. Também mencionou diversas expressões da questão social presentes na atual conjuntura. “Defendemos um projeto de vida-liberdade que segue se contrapondo ao projeto de morte-aprisionamento”, destacou.

A presidenta ressaltou, ainda, que o Encontro Nacional reúne o Brasil em sua diversidade, com dilemas e potências. “Queremos reafirmar nossas bandeiras de luta e nossos princípios éticos”, afirmou. “Este é o último encontro do triênio, para corajosamente avaliarmos nossas ações, socializarmos aprendizados e projetar horizontes”.

Em seguida, o evento contou com a conferência “Nossa democracia pulsa em conjunto”, nome dado em alusão direta ao tema do Encontro Nacional 2025, com a prof.ª Drª Cristiane Sabino (UFSC) e a vice-presidenta do CFESS, Marciângela Gonçalves. As presidentas Kelly Melatti e Carmen Barbosa foram as mediadoras.

Cristiane Sabino levou à plenária reflexões sobre a luta de classes e a conjuntura econômica, como o endividamento das/os trabalhadoras/es. “A dívida é um mecanismo de dominação e disciplinamento da classe trabalhadora”, destacou. “Estes aspectos da conjuntura que vivenciamos não são um incidente, mas uma escolha econômica e política”.

Para a professora, é preciso pensar a dívida como elemento que perpassa a luta de classes. “O orçamento público é subordinado ao capital parasitário, e a dívida é a faceta mais perversa do capital”, afirmou. “A luta de classes nunca esteve tão acirrada”.

Em sua fala, Marciângela Gonçalves reafirmou a defesa do Serviço Social pela radicalidade democrática. “Os princípios do Código de Ética ecoam os desafios do nosso trabalho profissional”. A conselheira completou que avaliar o triênio é também apontar caminhos para quem virá depois.

“As defesas que fazemos ganham sentido individualmente e coletivamente, e é por isso que estamos aqui”, completou, lembrando que o Encontro Nacional representa uma categoria de quase 250 mil assistentes sociais em todas as regiões brasileiras.

Encerrando o dia, o CRESS-MS fez uma mulheragem à assistente social Valdete Barros, referência nacional por sua dedicação à profissão, defesa das políticas públicas, sobretudo a Política de Assistência Social, e compromisso inabalável com a democracia. Depois, as delegações foram apresentadas e homenageadas em apresentação do artista Ruberval Cunha.

Audiodescrição na prática

Antes da abertura do Encontro Nacional, o 7º Seminário Nacional de Comunicação foi encerrado com a oficina “Audiodescrição para acessibilidade em imagens, vídeos e redes”, facilitada pelos audiodescritores Mylena Rodrigues e Felipe Mianes.

Pessoas com baixa visão, os facilitadores destacaram que o Brasil tem o registro de 18,6 milhões de pessoas com deficiência, mas que o número deve ser maior. Também ressaltaram a importância das legislações mais recentes para a luta por equidade e anticapacitista.

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