O Conselho Regional de Serviço Social do RN (CRESS-RN) realizou, na tarde desta segunda-feira (28), a roda de conversa “Julho das Pretas – Justiça tributária é reparação: vida além do trabalho e bem viver” e recebeu representantes do Comitê Impulsor Estadual de Mulheres Negras Potiguares Rumo à II Marcha Nacional das Mulheres Negras.

O evento contou com a participação da presidenta do CRESS-RN, Ana Paula Agapito; da assistente social Kelly Oliveira; da advogada Ivaneide Paulina e da professora Socorro Silva.
No início, Ana Paula reforçou o protagonismo que a pauta do combate ao racismo tem no âmbito do Conjunto CFESS-CRESS, assim como a defesa pela vida das mulheres negras, que são maioria na categoria e na população usuária dos serviços onde a profissão está inserida. Também reforçou a importância da articulação para a criação do Comitê Antirracista no CRESS-RN.

Kelly Oliveira destacou o contexto político e organizativo da II Marcha Nacional das Mulheres Negras, que ocorrerá em novembro, em Brasília (DF). Ela acontece 10 anos após a primeira, idealizada por organizações de mulheres negras periféricas, quilombolas, de terreiro e outras, de todo o país, em busca de uma vida digna com justiça social.
“Lutamos contra o racismo, a violência e em defesa do bem viver”, afirmou a assistente social. “Reparar é garantir que as políticas públicas para as mulheres negras sejam efetivadas”, completou. Para a militante, também é uma prática antirracista defender recursos para a população negra nos diversos espaços de controle social.

Em seguida, a professora Socorro Silva apresentou um panorama da luta dos movimentos negros nas últimas décadas. “Desde os anos 1970, as mulheres se organizam de forma institucional, então temos várias etapas ao longo da história para chegarmos hoje às políticas públicas conquistadas”, explicou.
A militante também destacou os marcos determinantes para a luta antirracista, como conferências e mudanças na legislação garantindo mais dignidade e direitos. “Estamos continuando o que nossas ancestrais começaram”, afirmou.
Por fim, Ivaneide Paulina ressaltou o papel e a importância significativa das entidades potiguares de mulheres negras. “Nosso comitê, por exemplo, está construindo o processo de organização da Marcha com capacitações, rodas de conversas etc.”, disse. “Aproveitamos para convidar assistentes sociais a construírem a Marcha também, para voltarmos não só com a esperança, mas o concreto para continuar a luta”.